terça-feira, 25 de setembro de 2012

Idade Média: Românico

No post anterior, introduzimos os Bárbaros na equação que gerou a queda do Império Romano e a partir deste post, falaremos sobre os períodos que surgiram desta queda: a Idade Média e o Império Bizantino.
A Idade Média é um longo período da história e durou um milênio, entre o século V e o século XV. Mas logo no começo deste período, a Idade Média não passava de um território se adaptando às últimas mudanças. Isto porque passou de Império Romano - um Império com fortes leis e poder centralizado - à um reino que era formado por diversos povos e tinha seu poder distribuído por todo o território. Este período logo após a queda de Roma e antes do real começo da Idade Média, é chamado de período dos Reinos Bárbaros e sabe-se muito pouco sobre ele quanto à arte e vestimenta. Nos poucos registros, o que podemos notar é uma falta de regras sociais, um não-senso estético e a falta de um padrão na forma de se vestir. Basicamente, o Bárbaro era primitivo e vestia-se por questões muito mais básicas do que a religião egípcia, a estética grega e a política romana. As roupas eram funcionais e basicamente sobrepostas.
Por ter sido o período transitório e por ter tão poucos registros, os Reinos contam como uma parte superficial deste período, que teve outras duas divisões: a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média.
Obs.: Como este período é bastante longo, neste post trataremos a penas da Alta Idade Média e deixaremos para abordar a Baixa Idade Média em um futuro post.
A Alta Idade Média ou Período Românico, durou mais ou menos três séculos (IX-XII) e é considerado por muitos, o período mais sombrio da história. Isto porque com o fim do Império Romano, o Cristianismo ascendeu ao poder como a religião máxima. Era o fim do politeísmo e o começo da intervenção da Igreja no comportamento do indivíduo.
Como os Bárbaros acabaram descentralizando o poder conquistado pelos romanos, a Igreja precisou apelar à mitos para reunir seu rebanho de devotos. Para isto, o clero instituiu as concepções de pudor, pecado, inferno, demônio, medo, punição divina. O principal objetivo da Igreja era dominar o indivíduo através do medo e de horríveis punições. Nesta época, a imagem da mulher foi muito usada como bode-expiatório para justificar todo o mal que existia na face da terra.
O corpo passa a ser o centro de todos os males. Mas ao mesmo tempo, ainda é considerado uma obra divina. O indivíduo passa a ser constantemente abordado por este dualismo e é de onde vem a característica mais forte deste período: a necessidade do controle do corpo.
Com o medo do demônio e as Leis Divinas devidamente apresentadas, a Igreja prega uma vida espiritualizada, de negação ao corpo e aos prazeres da carne e o vestuário é uma demonstração mais do que visível do poder da Igreja.
Este período é lembrado constantemente pela punição à vaidade o que justifica o fato de não se ter o hábito de tomar banho ou trocar as vestes. A túnica que já vem sendo utilizada ao longo da história continua fazendo parte do vestuário típico, mas seu comprimento é sempre longo e escondia as formas do corpo. O individuo estava coberto dos pés à cabeça, revelando o mínimo possível e por baixo das roupas, ainda usava uma peça nova, nunca antes utilizada, uma espécie de pijama, que era usado moldado ao corpo, costurado sob medida e deduz-se que era muito provavelmente uma peça única. esta peça, tinha a função de esconder o corpo quando o restante da veste não conseguia. Este pijama não era retirado sob hipótese alguma e é um dos prováveis responsáveis do homem ter parado de banhar-se.
As mulheres, que eram o maior alvo da Igreja por serem consideradas fracas e mais adeptas à cair em tentação, usavam ainda os cintos de castidade. Que eram uma espécie de fralda, com cadeado, que possui alguma aberturas por onde se evacuava. A chave desta peça pertencia ao pai, responsável ou ao marido desta mulher.
Cinto de castidade feminino
Mas não só na moda, a Igreja manipulou os indivíduos. Na arquitetura, as Igrejas que lembravam fortes de grossas paredes e pequenas aberturas, também serviam ao propósito de aprisionar o homem às leis Divinas. Ao entrar na Casa de Deus, o homem se deparava com uma estrutura sólida que o lembrava constantemente do quanto ele era inferior e insignificante perante o Pai de toda a criação.
O homem estava, portanto, preso à sua sexualidade, sua roupa, seu Deus, seu medo, sua imundície Cristã e fadado às doenças que matavam os recém-nascidos e os que mal viveram sem nenhum restringimento,


No próximo post, falaremos sobre a Baixa Idade Média e as mudanças que ocorreram a partir do momento em que a Igreja se viu tendo que ser menos rígida ainda durante a Era Medieval.

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