terça-feira, 11 de setembro de 2012

Idade Antiga: Roma

A Idade Antiga é um tópico que já vinhamos desenvolvendo há algum tempo e por isso, já sabemos que ela foi dividida em quatro períodos: Mesopotâmia, Egito Antigo, Grécia Antiga e Roma Antiga.
Cada um dos quatro períodos foi importante de alguma forma para a Idade Contemporânea, mas nenhum deles foi tão importante quanto o último de que iremos falar, a Roma.
Isto porque Roma deixou um imenso legado relacionado à política e ao sistema legislativo que serve de base para a justiça dos dias atuais. Mas Roma não se ergueu sozinha.
Roma não só é conhecida pela conquista de diversos territórios, como pela chamada "aculturação" que seria a implementação das culturas conquistadas à sua própria cultura. Dos territórios que Roma conquistou - entre boa parte da Europa e África - está o período anterior, a Grécia Antiga. Na verdade, a cultura grega era tão rica, que a maior parte dos seus hábitos foi aglutinada à cultura romana, como o traje e a religião e isto influiu diretamente no modo como Roma se mostrou ao mundo.
Por causa deste processo de aculturação, muitas vezes é difícil identificar as diferenças entre os dois períodos, a principal delas sendo o fato de Roma ser extremamente unificada. Ao contrário da Grécia que possuia cidades-estado como Atenas e Esparta, que atuavam de forma independente, Roma acreditava na unificação de seus territórios. Esta unidade das cidades se dava através da política e da militarização e era expressada por meio da arte e do vestuário.
Na política, o foco do homem grego era a militarização e a conquista de terrtórios, por isso Roma ensinava às suas crianças desde muito cedo, sobre o Império e assim, garantia novos soldados nos campos de batalha.
Esta ideia das conquistas de novos territórios não surgiu do nada, no entanto. O Imperialismo nasceu da necessidade de Roma em adquirir alimentos e garantir sua sobrevivência. Foi neste período que surgiu a expressão "expólio de guerra", um processo onde os romanos exploravam as riquesas dos povos que conquistavam. Mas não era apenas comida, metais preciosos e escravos que Roma subtraiu de suas conquistas, Roma também introduziu a cultura de alguns povos ao povo romano, como o politeísmo grego. De fato, romanos acreditavam nas mesmas divindades gregas, mas chamavam-nos por outros nomes como Afrodite, de Vênus.
Na arte, dois povos parecem ter influenciado os romanos: Egito e Grécia. A Grécia teve papel importante na estética das obras, no conceito das formas, na realidade dos traços, na harmonia entre os membros e na simetria e na proporção. A principal diferença entre as esculturas gregas e as esculturas romanas era o fato de Roma, não "embelezar" suas estátuas. Enquanto os gregos retratavam uma imagem idealista, romanos buscavam retratar a realidade e nada mais. Outra diferença entre a obra dos dois períodos, era o que era retrado. Enquanto gregos retratavam seus deuses e homens em atividades esportivas, Roma se baseou no conceito das obras egípcias e retratava suas figuras políticas.
Nas esculturas, imperadores, senadores e grandes generais eram representados, enquanto na arquitetura, os romanos ficaram famosos pelas colunas celebrativas e pelos arcos do triunfo, que eram erguidos em celebração às vitórias de Roma e às conquistas de novos territórios.
Observando às obras romanas, podemos identificar um ponto em comum entre elas: a posição dos braços. Braço direito erguido, ordenante. Braço esquerdo abaixado com o manto na mão (falaremos mais sobre o manto alguns parágrafos à frente).
Quanto à vestimenta, muitas peças surgiram para complementar o guardarroupa do homem romano. A peça principal era a túnica, já utilizada nos períodos anteriores e que em Roma era usada sobreposta. A sobreposição de peças já pode ser observada desde a Grécia, mas em Roma ela se tornou uma questão cultural. As duas túnicas sobrepostas eram de tecidos diferentes. A túnica que ficava embaixo e era mais comprida, chamada subáculo, normalmente era feita de algum material mais fino e maleável, por ser mais confortável. A túnica que vinha por cima, de comprimento mais curto, chamada exteriodum, normalmene era feita de material mais grosso e resistente. Esta sobreposição de peças servia como forma de proteção. As túnicas também podiam possuir tamanhos diferentes de mangas, quando a manga era maior, a túnica recebia outro nome: dalmática.
Era comum que as túnicas fossem longas, exceto em trajes militares e elas poderiam possuir deiversas cores. Na verdade, as cores eram uma forma de diferenciar as classes sociais. Quanto mais colorida e mais trabalhada, mais alta era a posição do indivíduo. Na "classe alta" as principais cores eram o roxo, o amarelo, o azul e o vermelho. Na "classe baixa" eram comuns os tons terrosos e menos vibrantes. Entre os senadores, o branco era mais comum e a cor ficava em apenas uma faixa de tecido.
As túnicas bordadas e supertrabalhadas, também recebiam um nome diferente. Chamavam-na de palmata.
Outras peças utilizadas no vestuário da época eram a armadura masculina, que em Roma passou a ser mais trabalhada, usualmene retratando músculos e eram quase obras de arte, uma espécia de calça que lembra muito um corsário e era usada embaixo das túnicas (ela era curta principalmente por causa das sandálias abotinadas), o strophium, uma espécie de corpete usado pelas mulheres para acinturar as túnicas e os mantos.
A toga masculina era quase um atributo político
 Os mantos - ou togas - eram uma peça sem nenhuma funcionalidade, que ficava presa ao braço e fazia parte tanto do guardarroupa masculino, quanto do feminino. Era considerado quase que um atributo político, tanto que era retratado nas esculturas deste período. Para os homens, esta peça era mais curta e era chamada simplesmente de toga. Para as mulheres, a peça era mais comprida e poderia chegar a cobrir as duas túnicas. A peça feminina era chamada de palla.
É importante ressaltar que que em outros climas, a roupa poderia sofrer alterações.
Outro ítem importante sobre o vestuário desta época, são as sandálias. Utilizadas como forma de proteção aos pés e aos tornozelos, o calçado típico desta época era abotinado, normalmente de cano longo e possuia muitas amarrações.


No próximo post, a Roma Antiga sob o ponto de vista do estudante de moda.

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